Candidato do PSL é responsável pelo
documento chamado “O caminho da prosperidade”. Candidatura a presidente foi
registrada no TSE nesta terça-feira
Evandro Éboli
O presidenciável Jair
Bolsonaro (PSL) apresentou seu programa de governo. O material, publicado
no site do candidato, foi batizado de “Caminho da prosperidade”, tem 81 páginas
e é dividido em três segmentos. Nesta quarta-feira (15),
Bolsonaro oficializou sua candidatura a presidente, com o general Hamilton
Mourão como vice, por meio do registro obrigatório no Tribunal
Superior Eleitoral (TSE).
Defesa da propriedade
privada e liberdade nas escolhas afetivas
No capítulo inicial do
programa, o candidato apresenta seus “valores e compromissos”, em que defende a
propriedade privada e a família. “Seu celular, seu relógio, sua poupança, sua
casa, sua moto, seu carro, sua terra são os frutos de seu trabalho e de suas
escolhas! São sagrados e não podem ser roubados, invadidos ou expropriados!”
Na sequência, Bolsonaro
sustenta que a família, “seja como for”, é sagrada. “Os frutos de nossas
escolhas afetivas têm nome: FAMÍLIA! Seja ela como for, é sagrada e o Estado
não deve interferir em nossas vidas”, afirma, para pouco depois defender
“liberdade para as pessoas, individualmente, poderem fazer suas escolhas
afetivas, políticas, econômicas ou espirituais”.
Mais adiante, a proposta
defende a fraternidade e a compaixão. “Devemos ser fraternos! Ter compaixão com
o próximo. Precisamos construir uma sociedade que estenda a mão aos que caírem.
Escolhas erradas ou tropeços fazem parte da vida. Ajudar o próximo a se
levantar nos diferencia como humanos.”
O documento faz vários ataques
à esquerda. Ele diz que nos últimos 30 anos o marxismo cultural e suas
derivações como o gramscismo se uniram às oligarquias corruptas para minar os
valores da nação e da família brasileira.
Redução no número de
ministérios
“Queremos um Brasil com todas
as cores: verde, amarelo, azul e branco”. Bolsonaro repete bordões que tem
utilizado e defende “mais Brasil, menos Brasília”. Voltou a defender a redução
dos ministérios, mas não definiu quantos. Mas apresentou a criação do
Ministério da Economia.
“Para atender ao objetivo de enxugamento do
Estado, mas, também, para garantir um comando uno e coeso para a área, o
Ministério da Economia abarcará as funções hoje desempenhadas pelos Ministérios
da Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio bem como a Secretaria Executiva
do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos). Além disso, as instituições
financeiras federais estarão subordinadas ao Ministro da Economia”, diz o texto.
Segurança pública
Nas suas medidas de segurança
pública, Bolsonaro diz ser contra os “saidões” – permissão que presos têm para
deixar a cadeia em datas como o dia das mães e o dia dos pais – e reafirma que
trabalhará para reduzir a maioridade penal para 16 anos. “Prender e deixar
preso! Acabar com a progressão de penas e as saídas temporárias! E reduzir a
maioridade penal para 16 anos!”
O candidato pretende ainda
criar um panteão homenageando os policiais mortos em ações na rua. Segundo
dados que apresentou, foram mortos 493 policiais em 2016 e 552 em 2017. “São
heróis nacionais que tombaram e foram esquecidos pelos atuais governantes nesta
Guerra do Brasil! Um dos compromissos será lembrar o nome de cada um desses
guerreiros! Suas famílias serão homenageadas e cada um desses heróis terá seu
nome gravado no Panteão da Pátria e da Liberdade!”
Na carteira de trabalho
“verde e amarela”, contrato prevalece sobre a CLT
Bolsonaro propõe ainda criar
uma nova carteira de trabalho, verde e amarela, voluntária, para novos
trabalhadores, que será regida por um ordenamento jurídico próprio. “Assim,
todo jovem que ingresse no mercado de trabalho poderá escolher entre um vínculo
empregatício baseado na carteira de trabalho tradicional (azul) – mantendo o
ordenamento jurídico atual –, ou uma carteira de trabalho verde e amarela (onde
o contrato individual prevalece sobre a CLT, mantendo todos os direitos
constitucionais)”, afirma a proposta.
O candidato reafirma, no texto
do programa, que irá manter o Bolsa Família. Mas que, acima do valore desse
benefício, pretende instituir uma renda mínima para todas as famílias,
inspirada em pensadores liberais como Milton Friedman, “que defendia o Imposto
de Renda Negativo”. O Bolsa Família foi criado no governo de Lula, após
unificação de programas sociais. “Vamos deixar claro: nossa meta é garantir, a
cada brasileiro, uma renda igual ou superior ao que é atualmente pago pelo
Bolsa Família”, diz.
Elogio às Forças Armadas
Bolsonaro aproveita o programa
de governo para elogiar as Forças Armadas e sua participação na Segunda Guerra
e no golpe militar de 1964, que ele classifica de “revolução”, citando
editorial daquele ano do jornal “O Globo” – posição que, anos atrás, foi
revista pelo jornal.
“Saliente-se que as Forças
Armadas do Brasil têm uma História que nos orgulha. Por exemplo, heróis
brasileiros lutaram contra o Nacional-Socialismo na Segunda Guerra Mundial.
Fomos o único país da América Latina a lutar contra os Nazistas.
Posteriormente, outros heróis impediram a tomada do poder por forças de
esquerda que planejavam um golpe comunista no Brasil em 1964, conforme o
editorial: Julgamento da Revolução – O GLOBO, 7 de outubro de 1984.”
Bolsonaro promete que, em dois
anos, haverá colégios militares em todas as capitais do país. Hoje são 13
colégios desse tipo no Brasil.
Título e Texto: Evandro Éboli, Gazeta do Povo, 14-8-2018
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Senhor Jair Bolsonaro.
ResponderExcluirNão se esqueça de fazer justiça aos aposentados, um terço dos segurados cadastrados no RGPS, que estão há anos servindo de bode expiatório dos governos insensíveis que vêm drasticamente reduzindo os seus proventos da aposentadoria. Eu, por exemplo, me aposentei graças aos maiores descontos que fiz para o INSS, com oito salários mínimos. Hoje, sem que haja justificativa decente, estou com minha aposentadoria reduzida a apenas três salários mínimos. Onde foram parar cinco pisos dos meus benefícios? Espero que o nosso futuro presidente já tenha uma ideia como fazer justiça para dez milhões de aposentados.
Almir Papalardo.
Publiquei no meu blogue.
ResponderExcluirQUAL DEVE SER O PRIMEIRO ATO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA EM 2019?
Pois,
1 - EMITIR UMA PEC PARA MUDAR O ARTIGO 60 DA CONSTITUIÇÃO PARA QUE POSSAMOS FAZER UMA NOVA CONSTITUINTE.
Talvez 90% dos cidadãos não saibam que nossa constituição foi engessada por FHC em 1993, onde ficou proibido uma nova constituinte e cláusulas pétreas foram adicionadas.
POR QUE os socialistas engessaram nossa carta magna?
Para manterem impunidade e privilégios.
Talvez os não leitores da constituição não saibam que para fazer a reforma da previdência devemos mudar a constituição.
Uma constituição com tantos artigos, tem jurídicas interpretações diversas.
O código penal tem restrições na constituição.
Para termos um código penal decente depende de mudanças constitucionais.
Um exemplo simples é HOMICÍDIO.
O homicídio é matar alguém não importando a arma do crime, que vai desde as próprias mãos com uso da força ou um objeto qualquer de uma pedra a um automóvel.
No Brasil o réu primário tem direito a condicional com 1/3 da pena.
Quando o código penal foi feito em 1940 a expectativa de vida do brasileiro era 43 anos, daí o limite de 30 anos foi estabelecido. Hoje este limite é de expectativa de vida é de 77 anos, esse limite de 30 anos é cláusula pétrea.
Há muitas maneiras de enganar o povo, segundo Noam Chomsky, um deles é sobre a criminalidade que choca a opinião pública. A cada tempo o governo faz leis extemporâneas, para mostrar que faz, mas não faz.
Assim temos estatutos da criança, dos idosos, lei Maria da Penha, o tal FEMINICÍDIO, A HOMOFOBIA E O RACISMO.
Claro que o assassinato de Marieli é horrível, mas o de Celso Daniel que também foi político virou estatística.
O que vemos é que nenhum poder pode fazer mudanças constitucionais, sem aprovação do plenário do congresso.
Moral da história vai ser difícil comandar o país com uma constituição tão estúpida.
bom dia...
Sinto muito dizer que todas as reformas que queremos estão ENGESSADAS NA CONSTITUIÇÃO.
Muitas delas no artigo quinto que são cláusulas pétreas.
Almir bem que eu gostaria que seu desejo se realizasse, mas eu não tenho a lâmpada do Aladim.
É fácil ver que a amplitude conferida às cláusulas pétreas e a ideia de unidade da Constituição COLOCAM parte significativa da Constituição sob a proteção dessas garantias. Essa tendência possibilita um "engessamento" da ordem constitucional, obstando à introdução de qualquer mudança significativa. Essas cláusulas hão de ser interpretadas de forma restritiva.
NECESSITAMOS DE TEMPO QUE NÃO TEMOS E DE SORTE QUE É ALEATÓRIA.
Infelizmente, o novo PRESIDENTE ESTÁ ENGESSADO.
FUI...