Gabriel Mithá Ribeiro
«(…) uma lição destes tempos é que, assim como as
más ideias, as más ideologias, as más instituições e uma falsa representação do
mundo – a oitocentista – criaram a situação de decadência, a sua superação só
pode resultar de uma alternativa de mundivisão.
(…) entre a conspiração e o eleitoralismo,
propõe-se, estrategicamente, uma “terceira via” (que não é, necessariamente,
uma solução intermédia entre as primeiras), a alternativa ou revolução
cultural.
Esta parte de um pensamento ou de uma experiência,
de um projeto e de uma ação. Os dois pontos vulneráveis do sistema são a
cultura – nenhum grupo ou força, além dos marxistas ortodoxos, apresentou ainda
uma mundivisão coerente em filosofia e praxis,
limitando-se todos a soluções eleitoralistas de curto alcance; e a juventude,
que cada vez mais se mostra indiferente ou relapsa à linguagem e ao estilo da
classe política.
(…) Nas circunstâncias, a congregação de esforços vai atuar numa posição que, pela sua própria natureza, exige uma frente ampla de capacidades e competências, desde que aceite um mínimo ético valorativo e consciente da profunda necessidade de um novo estilo e uma nova política.
A partir daqui os modos de ação assentam
essencialmente na coordenação dos focos e pontos de irradiação do combate
cultural e da imaginação criadora ao serviço de um projeto nacional (…). O
importante é que o pensamento português, regressando às grandes linhas e ideais
comunitários, atue como consciência crítica e orientadora das soluções e projetos
necessários à Nação.
Esta tarefa e a mobilização para ela, em termos de
adesão lúcida e generosa dos jovens a quem, mau grado as nossas justificações
ou até sacrifícios pessoais, deixamos uma Pátria reduzida, humilhada e em risco
de desaparecimento, uma Pátria que é deles e eles sentem, é e deve ser o objetivo
prioritário da nossa geração.»
Jaime Nogueira Pinto, A direita e as direitas, Lisboa, Bertrand Editora, 1995/2018,
pp.236-237.
Título: Gabriel Mithá Ribeiro, Vice-Presidente do CHEGA!, 5-1-2021
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