Pedro Almeida Vieira
Embora a imprensa mainstream portuguesa
continue sem querer mostrar aos seus leitores o que se passou na Inglaterra
durante a pandemia – a partir das revelações das mensagens de Whatsapp do
antigo ministro da Saúde Matt Hancock, que têm estado a ser notícia no The
Telegraph –, o PÁGINA UM continua o seu serviço público. E com o seu espírito
de missão: informar sobre a realidade quando os outros órgãos de comunicação
social deformam: por deturpação ou omissão. Siga aqui as
outras notícias que já publicámos sobre os Lockdown Files. Recordamos que o
PÁGINA UM tem em curso nos tribunais administrativos vários processos de
intimação, colocados no ano passado, para a obtenção de documentos
administrativos, embora, infelizmente, não incluam as mensagens de WhatsApp de
Marta Temido ou de Manuel Pizarro, ou até de Graça Freitas.
A cada dia de revelações dos
Lockdown Files que está a abalar a Inglaterra, mais se confirma que a Ciência –
sempre invocada ao longo dos últimos três anos para justificar restrições e
imposições – foi sequestrada e substituída por uma sósia: a política.
Em novas revelações do
jornal The Telegraph, mostra-se que o antigo ministro da Saúde
britânico, Matt Hancock, rejeitou o conselho de Chris Whitty, director médico
da Inglaterra, para substituir a quarentena de 14 dias de isolamento por um
período mais curto de cinco dias, porque isso “implicaria [assumir] que estamos
errando”.
De acordo com as mensagens de WhatsApp gravadas por Hancock, o ministro foi informado em 20 de novembro de 2020 por Chris Whitty que seria “muito bom” – isto é, bastaria – um período de cinco dias para os casos suspeitos (por contacto com infectados) “em vez” de isolamento de quinze dias. Nas mensagens, os dois concluem que o período de quarentena de 14 dias provavelmente foi “muito longo o tempo todo”. Até então, de acordo com o The Telegraph, quase um milhão de ingleses tinham sido instruídos, sob pesadas multas, a se auto-isolarem por quinze dias inteiros, mesmo que não apresentassem sintomas, se tivessem tido algum contacto de risco.
Matt Hancock, ex-ministro da Saúde britânico, e Isabel Oakeshott, a jornalista na origem dos Lockdown Files |
Embora o Governo de Boris
Johnson tenha acabado por reduzir o período de auto isolamento para 10 dias em dezembro
de 2020, a medida não tinha qualquer sustentação científica. Somente em agosto
de 2021 alguns grupos populacionais ficaram totalmente isentos da exigência.
Hancock também não desejaria
mudar as regras, até porque, estando em processo a compra de vacinas, este
político estava então, em finais de 2020, a montar uma campanha de medo para
assustar as pessoas até “borrarem as calças”.
(…)
Leia no PÁGINA UM
Ex-ministro da saúde britânico montou "campanha de medo"
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