Maria Lucia Victor Barbosa
Desde que o PT foi entronizado
no posto mais alto da República a nação foi se acanalhando. A sucessão de
escândalos anestesiou as mentes e poucos se indignam com a imoralidade reinante
nos Poderes Constituídos. Os sentimentos populares foram amestrados pela
propaganda incessante e o mito do pobre operário foi suficiente para que a
corrupção sempre havida alcançasse seu paroxismo sem que nenhum protesto fosse
ouvido. Não houve nem partidos, nem instituições, nem grupos de pressão que
agissem como oposição ao desgoverno populista, perdulário, enganador.
Lula foi reeleito.
Verborrágico como um caudilho latino-americano, debochado como um frequentador
de boteco, praticante do autoelogio, ególatra ao extremo, ele conquistou as
massas pobres iludidas com bolsas da caridade pública. Atraiu o apoio dos ricos
que financiaram suas campanhas e, depois, se refestelaram nos lucros que ele
lhes proporcionou. A classe média, especialmente a composta por professores,
estudantes universitários, artistas, clérigos da Teologia da Libertação, ou
seja, os entusiastas das utopias que prometeram o céu e transformaram a vida em
inferno, viram no pelego sindicalista a ansiada personificação do proletário
que iria liderar a lutas de classes.
Com Lula lá empunhando seu
cetro diante de companheiros e seguidores, o pior da América Latina em termos
de governantes se tornou expressivo. E o magnânimo presidente, em detrimento
dos interesses brasileiros, facilitou a vida de déspotas travestidos de democratas
como Fidel Castro, Hugo Chávez, Evo Morales, Rafael Correa e outros mais. Com
tais compadres Lula compartilhou o ódio à liberdade de imprensa, como é também
o caso de Cristina Kirchner, sempre adulada pelo petista.
Em todo mundo a política externa
lulista seguiu vergonhosamente apoiando os piores tiranos que exercitam
aberrante desrespeito aos direitos humanos como, por exemplo, o iraniano
Mahmoud Ahmadinejad.
Acontece que Lula da Silva
sempre foi um homem de muita sorte, o que é confundido com capacidade. Herdou a
herança bendita do Plano Real, surfou durante seus dois mandatos, até 2008, nas
águas calmas da economia mundial e ainda logrou eleger sua sucessora, Dilma
Rousseff. Esta fiel seguidora do seu criador político imita seus gestos, perpetua
seu populismo, não dá um passo sem consultá-lo. Sobre ela também um mito é
tecido: é a gerente, a “faxineira”, a economista.
Entretanto, se Lula satisfazia
a plateia contando piadas de mau gosto em péssimo português, Rousseff, quando
discursa, parece não conseguir ligar um parágrafo com outro se levanta os olhos
do papel. Sua linguagem é confusa. Seu pensamento obtuso. Mesmo quando tenta
agradar assume uma atitude colérica como se vivesse em perpétua fúria.
Em política externa ele segue,
como em tudo mais, as ordens do mestre. Foi assim que, por seu intermédio, em
conluio com Cristina Kirchner e aquiescência de José Mujica, o Brasil mais uma
vez encenou procedimento vergonhoso, covarde, arbitrário ao suspender o
Paraguai do Mercosul por causa do impeachment de Fernando Lugo, um ato
legítimo, legal e soberano daquele país.
Esta, sim, foi uma manobra
desonesta levada a efeito para introduzir no Mercosul Hugo Chávez, o despótico
governante da Venezuela que tentou assumir o poder através de um fracassado
golpe. Posteriormente foi eleito, mas, alterando a Constituição a seu-bel
prazer tem se perpetuado no cargo desde 1999. Prepara-se agora para nova
eleição com pleno apoio e intromissão de Lula na política venezuelana.
Enquanto seguem as lutas do
poder pelo poder, sinais preocupantes vão aparecendo na esfera econômica, em
que pese o falso otimismo da presidente e de seu ministro da Fazenda, Guido
Mantega. A produtividade da economia encolheu pelo segundo ano consecutivo. A
Petrobrás estagnou. Segundo O Estado de S. Paulo, “a produção industrial recuou
cinco anos e vai cair mais”. “De janeiro a junho o valor das exportações foi de
1,7%, menor do que um ano antes, enquanto o das importações foi 3,7% maior”.
Aumenta a inadimplência e a inflação. O reflexo no desemprego será inevitável e
já começou acontecer. E o PIB, que agora não tem importância para a presidente,
pode ficar abaixo de 2%.
Culpa dos ricos, da crise
mundial, dirão Rousseff e Mantega para esconder o próprio fiasco. Será só isso?
Segundo o BIS, o Banco Central dos Bancos Centrais: “O caminho escolhido nos
últimos anos para promover o crescimento econômico – crédito – se tornou
insustentável e pode levar o Brasil ao desastre”.
Por essas e por outras me
envergonho do meu país.
Título e Texto: Maria Lucia
Victor Barbosa, socióloga, 19-7-2012
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Concordo com quase tudo.
ResponderExcluirSó discordo da INGENUIDADE de pensar que somente a partir de 2003 que "a nação foi se acanalhando."
TODO BRASILEIRO É CANALHA desde sempre, há 500 anos.
Quem disse isso antes de mim foi Gregório de Mattos, "o Boca do Inferno", mais Machado de Assis, Monteiro Lobato, Lima Barreto, Nelson Rodrigues, Marcelo Nova...
O Brasil é um pesadelo. Vivemos num país de psicopatas no poder porque o brasileiro é um povo psicótico.
A realidade brasileira é a coisa mais feia do mundo porque é produzida por um povo feio e deformado, triste e deprimente, podre e monstruoso.
Ponha um brasileiro em posição de poder --- qualquer tipo de poder --- e ele vai usá-lo para o Mal. Mesmo quando não consegue obter disso nenhuma vantagem. É somente movido pelo impulso psicótico de fazer merda.
Como por exemplo:
Destruir as boas dublagens da TV dos anos 80 e substituí-las por porcarias.
Cometer assédio moral ou abuso emocional de alguém em casa ou no trabalho.
BANIR DO MERCADO OS DISCOS DO CAMISA DE VENUS, mesmo sabendo que eles sempre venderam milhões.
Só para privar o público de algo bom.
Eu não quero mudar o Brasil.
Eu quero me mudar do Brasil.