Índices foram divulgados hoje pelo Ibra/FGV
Ana Cristina Campos
Após caírem na maior parte do segundo semestre de 2021, os Barômetros Econômicos Globais, indicadores que permitem analisar o desenvolvimento econômico mundial, sobem pelo segundo mês consecutivo, informou hoje (10) o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). O Barômetro Coincidente se mantém acima da média histórica, enquanto o Barômetro Antecedente retorna à faixa neutra dos 100 pontos.
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil |
O Barômetro Econômico Global
Coincidente subiu 0,4 ponto em janeiro, para 108,7 pontos enquanto o Barômetro
Econômico Global Antecedente avançou 3,6 pontos, para 100,9 pontos, maior nível
desde setembro de 2021 (108,1 pontos).
Segundo o Ibre/FGV, ambos os
resultados foram bastante influenciados pela melhora do ambiente econômico na
região da Ásia, Pacífico e África.
Enquanto o Barômetro
Coincidente reflete o estado atual da atividade econômica, o Barômetro
Antecedente emite um sinal cíclico cerca de seis meses à frente dos
desenvolvimentos econômicos reais. Esses indicadores se baseiam nos resultados
de pesquisas de tendências econômicas realizadas em mais de 50 países. A intenção
é ter a cobertura global mais ampla possível.
Segundo o pesquisador do
Ibre/FGV Paulo Picchetti, os efeitos da nova onda da pandemia da covid-19 e da
perspectiva de políticas monetárias mais restritivas sobre as expectativas
acerca do nível de atividade econômica parecem já ter sido incorporados em sua
maioria nos últimos meses de 2021.
“No início de 2022, os
barômetros globais sinalizam uma trajetória de adaptação a esse novo cenário,
revertendo a tendência de queda observada nos últimos meses do ano anterior”,
disse, em nota, Paulo Picchetti.
Barômetro Coincidente
A região da Ásia, Pacífico e África contribuiu com 1,3 ponto para a alta do Barômetro Coincidente Global. A Europa, por sua vez, foi em sentido contrário e contribuiu negativamente com 1 ponto para o resultado agregado. Apesar do recuo, o indicador regional da Europa ainda sustenta o maior nível entre as três regiões, com o indicador na faixa dos 112 pontos.
Entre os indicadores
setoriais, apenas a Indústria subiu em janeiro, enquanto os demais continuam
sinalizando desaceleração no nível de atividade. Todos os setores se mantêm na
zona favorável, e o indicador da Indústria passou a ser o mais alto entre eles,
o que não ocorria desde outubro de 2021.
Barômetro Antecedente
Assim como no Barômetro
Coincidente, a região da Ásia, Pacífico e África exerceu a maior contribuição
para a evolução do Barômetro Antecedente em janeiro de 2022, com 3,2 pontos. A
Europa também contribuiu positivamente, com 0,7 ponto.
Já o indicador do Hemisfério
Ocidental contribuiu negativamente, com 0,3 ponto, fechando o mês 10 pontos
abaixo do nível de neutralidade de 100 pontos. Segundo o Ibre/FGV, o resultado
reflete o aumento dos riscos ao crescimento associado ao avanço da nova
variante Ômicron da covid-19 na região e a desaceleração cíclica prevista em
países como o Brasil.
Houve alta em dois dos cinco
indicadores antecedentes setoriais em janeiro: Indústria e Serviços. Os demais
indicadores recuaram no mês. Com o resultado, o indicador da Economia Geral
(avaliações dos consumidores e agregadas empresariais) fecha o mês abaixo dos
90 pontos e 20 pontos abaixo do indicador do setor de Serviços, o mais
otimista.
“O resultado sinaliza, por um
lado, o descolamento entre percepções de empresas e de consumidores, e do
outro, a evolução ainda favorável dos segmentos de serviços presenciais, os que
mais sofreram nos momentos de maiores restrição à mobilidade durante a pandemia
de covid-19”, explica o Ibre/FGV.
Título e Texto: Ana Cristina
Campos; Edição: Fernando Fraga – Agência Brasil, 10-1-2022, 11h19
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