Soja e milho respondem pela grande maioria da produção anual
Pedro Peduzzi
A produção de grãos no Brasil deve chegar a 273,8 milhões de toneladas na safra 2020/21, de forma a bater, novamente, o recorde com um crescimento de 6,5% em relação à safra anterior, percentual que corresponde a um aumento de 16,8 milhões de toneladas. Os dados foram divulgados hoje (8), em Brasília, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ao anunciar o 7º Levantamento de Grãos Safra.
Foto: Wenderson Araújo/CNA/Trlux |
Segundo a Conab, o destaque
deve-se, sobretudo, à “consolidação do plantio das culturas de segunda safra e
início de semeadura das culturas de inverno, com sustentação no aumento geral
de 68,5 milhões de hectares e boa performance da soja e do milho”.
O número apresenta um aumento
de 1,5 milhão de toneladas na comparação com a previsão anterior – aumento
sustentado principalmente pelo crescimento de 1,1% na área plantada de milho
segunda safra. Houve também ganho na produtividade da soja.
Segundo o diretor de Política
Agrícola e Informações da Conab, Sergio De Zen, os números devem ser
comemorados, em especial, se for levado em consideração que o período atual é
de “crise sem antecedentes, que realça a imprevisibilidade em relação ao
futuro”.
“As economias precisam fazer
uso de programas sociais que aumentam a demanda por alimentos, sem uma
contrapartida de aumento da produção, na maioria dos casos. Os países onde a
produção pode aumentar, como é o caso do Brasil, sofrem enormes pressões para
que isso ocorra. É diante desse quadro que anunciamos esse levantamento”, disse
o diretor.
Soja e milho
Ele observou que, no Brasil, soja e milho continuam respondendo pela grande maioria da produção anual. Esses grãos estão presentes em outros tipos de alimentos que chegam à mesa do brasileiro. “É o caso do leite e da carne. Por isso, é importante acompanhar essas produções”, argumentou.
O 7º Levantamento de Grãos
Safra mostra que a área total de plantio teve crescimento de 3,9% na comparação
com a safra anterior, com previsão de alcançar 68,5 milhões de hectares. “Esse
volume conta com a participação de cerca de 20 milhões de hectares provenientes
das lavouras de segunda e terceira safras e as de inverno, que ocuparão a
pós-colheita da soja e do milho primeira safra”, informou a Conab.
No caso da soja, o volume
estimado é recorde: 135,5 milhões de toneladas, o que representa crescimento de
8,6% (ou 10,7 milhões de toneladas) na comparação com o que foi produzido na
safra 2019/20.
O milho total também deverá
registrar produção recorde e chegar a 109 milhões de toneladas – número 6,2%
maior do que o obtido na safra passada. A expectativa indica que o país poderá
produzir 24,5 milhões na primeira safra; 82,6 milhões na segunda; e 1,8 milhão
na terceira safra.
“A maior produção do milho
ocorre na segunda safra, em sucessão às lavouras de soja. Apesar do
deslocamento considerável, em função do atraso do plantio da soja, as lavouras
estão jovens e com bom crescimento e desenvolvimento, apesar de algumas regiões
apresentarem estresse hídrico, principalmente, Mato Grosso do Sul”, detalhou o
gerente de Acompanhamento de Safras da Conab, Maurício Lopes.
Segundo ele, o mapa de chuva
referente a março mostrou “bastante chuva na parte superior [norte] da Região
Centro-Oeste e chuva na região central de Goiás, onde houve chuvas de alta
intensidade e duração, o que trouxe vantagens para a plantação”.
Algodão
No caso do algodão, a produção
estimada é de 6,1 milhões de toneladas do produto em caroço, o que corresponde
a 2,5 milhões de toneladas de pluma na safra 2020/21.
“É uma cultura que concorre
principalmente com a de soja e milho. A safra é bem menor do que as 3 milhões
de toneladas produzidas na safra 2019/20. Atualmente, a cultura está 100%
plantada em uma área de 1,4 milhão de hectares. Tivemos uma redução
considerável de áreas plantadas nessa safra, exatamente por causa da
concorrência que fez muitos produtores migrarem para milho e soja”, explica
Lopes.
Arroz e Feijão
Já a produção de arroz deverá
apresentar redução de 0,8% na comparação com a safra anterior, totalizando 11,1
milhões de toneladas. “Com relação ao arroz, essa cultura está estável se comparada
com a anterior”, disse o gerente da Conab.
Com relação ao feijão, a
expectativa da Conab é de um crescimento de 2% na produção, no total obtido nas
três safras, resultando em 3,3 milhões de toneladas a serem colhidas. A
primeira safra está com a colheita praticamente concluída. A segunda
encontra-se em andamento; e a terceira será plantada a partir da segunda
quinzena de abril.
Amendoim e trigo
A Conab estima que a produção
de amendoim será de 595,8 mil toneladas (crescimento de 6,9%), enquanto o trigo,
que tem o início do seu período de plantio previsto para ser intensificado a
partir de maio, sinaliza uma produção de 6,4 milhões de toneladas.
Exportações
Vivendo um cenário positivo no
mercado internacional, o algodão em pluma registrou aumento de 18,1% nas
exportações acumuladas entre janeiro e março, na comparação com o último ano.
No caso do milho, a Conab disse que os embarques do ano continuam lentos, mas a
expectativa é de que 35 milhões de toneladas tenham como destino as
exportações, valor praticamente igual ao da última safra.
“Para a soja, estima-se a
venda para o mercado externo de 85,6 milhões de toneladas (aumento de 3%).
Confirmada a previsão, será um recorde da série histórica. O suporte seria dado
pela demanda internacional ainda aquecida e pelo alto percentual de
comercialização observado para a safra atual”, informou a companhia.
As exportações registradas em
março foram 24% maiores do que as do mesmo período do ano passado. “Isso
ocorreu em função do atraso da colheita, o que implicou em um ritmo mais lento
nas exportações em janeiro e fevereiro, compensado no mês de março”, finalizou
a Conab.
Título e Texto: Pedro
Peduzzi; Edição: Kleber Sampaio – Agência Brasil, 8-4-2021, 11h23
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