Ministro do STF caçou, perseguiu e calou quem tentou evitar a vitória de Lula e da esquerda, mas os brasileiros, os que são atacados diariamente com censura e perseguição, estão prontos para parar o país
Mario Marques
O Brasil, quem diria, já virou Cuba e Venezuela antes mesmo de Lula assumir. É absolutamente inaceitável o indigente processo eleitoral do país, que rasga a Constituição, trucida a liberdade de expressão, mói a democracia e testa a tolerância dos brasileiros que não querem Lula. O personagem desse AI5 dos nossos tempos, o ministro Alexandre de Moraes, já decidiu a eleição do dia 30/10. Mas não espere que os mais de 50 milhões de brasileiros antiesquerda ficarão chorando no sofá. Esquece. O Brasil vai parar.
Foto: Carlos Moura/SCO/STF |
Em 2014, com a estranhíssima
virada de Dilma em cima de Aécio Neves, o povo não
saiu da rua até tirar Dilma do poder à força. Imagina com as manobras
obscurantistas de Alexandre Moraes e seus aliados petistas… no que esses país
vai virar? Estão esticando uma corda que está amarrada e pronta para se desamarrar.
Moraes censurou algozes,
censurou críticos, censurou jornalistas, perseguiu e mandou prender quem ousou
enfrentá-lo; caçou gente até fora do Brasil; apagou redes sociais de
empresários como Luciano Hang, de influenciadores poderosos e até
de seu detrator Daniel Silveira – monitorando até contas
bancárias de sua mulher; decidiu o que era e o que não era fake news, abafou
verdades contra Lula e o PT. Alexandre de Moraes transformou
as eleições brasileiras numa pantomima.
Um sujeito brincando de Deus,
mexendo pauzinhos nos bastidores para que só existisse uma candidatura.
As urnas eletrônicas seguem sem auditoria, mantêm uma lógica de apuração com uma curva final que não seria aprovada numa comissão de matemáticos/físicos medíocres. Tudo, absolutamente tudo o que Alexandre de Moraes construiu, de forma autoritária, jogou no lixo a isonomia dessa eleição. E o resultado que ele quer acontecerá. Sim, Lula será eleito. Mas não governará. Moraes apertou muitos botões perigosos para ligar uma possível guerra civil.
O jornamilitantismo, braço
jornalístico de Moraes, tem núcleos em toda a imprensa: Metrópoles, Uol, Globo, GloboNews,
estão todos abraçadinhos à espera da volta de Lula, e fazendo sua parte para
que o ministro do STF logre êxito em sua clara intenção. Jornais, jornalistas
de direita, analistas, todos que pensam diferente dos bem-nascidos do Condado
do Leblon, estão sendo amordaçados e tratados como bandidos, tratados como
gente menor.
Moraes chegou ao ponto de
ameaçar os que defendem ideias opostas às da classe artística, pondo-se à
frente de uma elite pseudointelectual, acostumada a assaltar os cofres dos
ministérios da Cultura petistas. Isso aconteceu. Oficialmente aconteceu. Tudo
para garantir a voz dos artistas sem cérebro nas redes sociais.
Moraes, Fachin, Lewandovski, Rosa
Weber, toda essa turma, está unida em torno de seus próprios interesses.
Afinal, foi difícil a vida deles no governo Bolsonaro. Foi difícil a vida de
muita gente, especialmente os adeptos do toma lá dá cá, nesses últimos 4 anos.
Tudo o que está acontecendo, é
bom lembrar, teve a contribuição do próprio Bolsonaro, que protegeu, também via
STF, seus filhos. Bolsonaro também deu outro ingrediente que a
oposição precisava: uma miríade de declarações desastrosas na pandemia,
acionando uma fornalha de ódio e vingança coletiva contra ele. Quem não lembra
do pavoroso pronunciamento oficial, com seu riso maluco e seu argumento de “histórico
de atleta”, assim como tachar a Covid de “gripezinha”. Foi Bolsonaro
que acendeu esse fogo. Ele errou. Errou barbaramente.
Mas o que está em jogo agora é
a verdadeira democracia, não as definições patéticas de democracia dos
analistas patetas da GloboNews. A democracia que está em jogo é aquela na qual
você podia escrever o que quisesse numa rede social sem ser monitorado e
censurado por uma agência fact-checking de esquerda. A democracia que você
podia chamar o Lula de ladrão à vontade, sem que o instagram lhe desse um sinal
de alerta de que o que você disse é fake news.
Ora, a internet surgiu como um
terreno livre de amarras, de organizações, do estado, e hoje mais parece um
estado de exceção, no qual o que você diz é avaliado constantemente por um
sistema que te diz o que é certo e o que é errado. Chegamos a um ponto em que
as pessoas estão tão em choque com essas repressões absurdas que se acuam e
desligam. Alexandre de Moraes transformou essa eleição num pleito apenas para
legitimação do que ele quer que aconteça: Lula presidente. E para isso ele
precisava de todo mundo quietinho.
Agora, entendam claramente: o
Brasil, um país com sede de democracia, cuja multidão de brasileiros está
acuada com tantas manobras sujas, está esperando apenas o anúncio final para
agir. O jornamilitantismo está prontinho para fechar sua narrativa de que o
povo não aceitou o resultado democrático. Está tudo conectadinho. Não esperem
moleza.
Fede. Fede muito.
Mas vai feder para todo mundo.
Título e Texto: Mario
Marques, Diário do Rio, 15-10-2022
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