J. R. Guzzo
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Foto: Lucas Figueiredo/CBF |
Os comunistas que ainda
sobrevivem (no Brasil, eles têm até um partido) não estão sozinhos: são
acompanhados nessa sua balada pela esquerda em geral, as classes intelectuais e
a OAB & Similares. E o seu negócio não é só a cloroquina. Cada vez mais,
inclui-se na sua lista de tarefas as mais exóticas miudezas do dia a dia —
desde, naturalmente, que o presidente Jair Bolsonaro tenha aberto a boca em
relação à alguma delas. Bolsonaro foi a favor? Então é missão política da
esquerda ficar contra. Bolsonaro ficou contra? Então o militante tem de ficar a
favor.
A última dessas piadas é o
conflito em torno de um dos temas mais desimportantes que alguém poderia
encontrar no presente momento: a Copa América de Futebol, um desses torneios
que fica esquecido antes mesmo de se disputar o último jogo, e que muitos
torcedores nem sabem direito o que é. Essa Copa, que ia ser disputada na
Argentina e na Colômbia, acabou transferida para o Brasil, pelo aparente caos
sanitário e de outros tipos existente nos dois países. Pronto: como Bolsonaro
deu apoio à ideia, a esquerda ficou imediatamente indignada. Copa América no
Brasil? Nem morta.
Como — indignou-se a esquerda — alguém pode pensar em aceitar um negócio desses num “momento de pandemia”? Do mesmo jeito que a cloroquina, a disputa de um torneio de futebol virou uma questão de vida ou morte. Não se comenta que todos os jogos, como acontece há mais de um ano na Europa e no próprio Brasil, serão disputados sem a presença de público nos estádios. Também não vem ao caso, para a militância anti-Copa, que neste preciso momento estejam sendo disputados de norte a sul do Brasil, ao mesmo tempo, o Campeonato Brasileiro, a Copa Brasil, a Libertadores da América e a Copa Sul-Americana — isso para não citar mais um caminhão de competições. Não interessa: Copa América, não. Aí já é genocídio.
Não há nenhuma surpresa, é
claro, que os jogadores da seleção brasileira de futebol tenham aderido a esse
ataque de nervos. Trata-se, hoje, de uma aglomeração de milionários que pensam
aquilo que os seus agentes, gerentes, assessores de imprensa, agregados,
“estilistas pessoais”, gestores de imagem etc., etc. etc., mandam que eles
pensem; vivem numa das bolhas mais bolhas que se pode encontrar por aí, em
contato zero com a realidade.
Fazem cara de “cidadão
sério-consciente-responsável” nas entrevistas na televisão; não impressionam
uma criança com dez anos de idade. No fim das contas, depois de passar uma
semana dizendo em particular que não iriam jogar (a imprensa garantiu que “o
grupo estava fechado”) decidiram fazer o contrário. Como se diz: fizeram
que iam, não foram e acabaram “fondo”.
Foi mais um desapontamento
para a esquerda e a Frente Nacional Pró-Quarentena, mas aí é que está: não se
pode confiar cegamente em aliado novo. Quem sabe numa próxima vez? Afinal, como
a cloroquina, a seleção de futebol tem tudo para virar “coisa de esquerda”. Do
jeito que ficaram os jogadores, com a sua excitação nervosa permanente, as suas
pretensões e a sua ânsia em ser “politicamente corretos” — além dos seus
jatinhos —, futebol e esquerda se merecem.
Título e Texto: J. R. Guzzo,
Gazeta do Povo, 8-6-2021
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