Guy Millière
A revista semanal francesa Le Journal du Dimanche, publicou a mais abrangente e detalhada pesquisa de opinião sobre o posicionamento dos muçulmanos franceses. Como não poderia deixar de ser, os resultados são preocupantes.
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Milhares de muçulmanos se aglomerando para participar das rezas matinais Eid al-Adha na Grande Mesquita de Paris em 28 de junho de 2023. Foto: Zakaria Abdelkafi/AFP via Getty Images |
A primeira pergunta se referia
aos judeus. Dezessete porcento dos muçulmanos franceses admitem que eles odeiam
os judeus. Trinta e nove porcento responderam que têm uma opinião ruim ou
péssima sobre o judaísmo.
A França do Século XXI é o
único país da Europa onde os judeus são corriqueiramente assassinados
simplesmente porque são judeus. Desde o sequestro, tortura e assassinato de
Ilan Halimi em janeiro de 2006, todos os judeus assassinados na França foram
mortos por muçulmanos. Sammy Ghozlan, presidente do Departamento Nacional de
Vigilância contra o Antissemitismo (BNVCA), que cadastra atos antissemitas e
ajuda as vítimas, vem enfatizando, entra ano sai ano, por mais de vinte anos,
que praticamente todos os atos antissemitas violentos cometidos na França, são
cometidos por muçulmanos.
Quando se trata de Israel, os
resultados são ainda piores. Os sentimentos ultrapassam o ódio. Quarenta e
cinco porcento dos muçulmanos franceses afirmam que querem a total destruição
de Israel. Um número equivalente de muçulmanos franceses consideram o massacre,
estupro, tortura, decapitação e a queima de judeus vivos até a morte pelos
terroristas do Hamas em Israel em 7 de outubro de 2023, um "ato de
resistência".
De modo que, praticamente
metade de uma comunidade religiosa em uma democracia ocidental aprova
abertamente a destruição de um grupo de pessoas que acabaram de ser massacradas
num outro país, e em maior número desde o fim do Holocausto.
Dezenove porcento dos muçulmanos franceses afirmam que simpatizam com o Hamas. O fato de um contingente tão grande de muçulmanos franceses simpatizarem com uma organização cujos líderes dizem que irão repetir o ataque do 7 de outubro ad infinitum até que Israel seja aniquilado e descaradamente declaram que querem a destruição genocida do único estado judeu, deveria soar o alarme de que os judeus franceses e os demais franceses não judeus, se encontram numa situação extremamente perigosa.
Outros dados mostraram que 42%
dos muçulmanos franceses respeitam a lei da Sharia islâmica acima das leis da
república francesa (a porcentagem sobe para 57% entre jovens muçulmanos de 18 a
25 anos de idade).
O Tribunal Europeu de Direitos
Humanos decidiu em 2003 que a lei da Sharia é incompatível com os valores da
democracia. A lei da Sharia estipula que Alá ordenou todas as leis que os seres
humanos devem obedecer e que todas as leis contrárias à lei da Sharia têm que
ser rejeitadas. Trinta e sete porcento dos muçulmanos franceses afirmam que
apoiam a Irmandade Muçulmana, o que também não deveria pegar ninguém de
surpresa: a principal organização muçulmana francesa, Musulmans de France
(Muçulmanos da França") é um braço da Irmandade Muçulmana.
A cada ano, muçulmanos da
França organizam uma conferência que atrai centenas de milhares de muçulmanos
de toda a Europa. O grupo também convida imãs radicais que discursam para a
multidão.
A pesquisa de opinião ainda
mostrou que 49% dos muçulmanos franceses querem que os católicos se convertam
ao Islã e que 36% querem que as igrejas sejam transformadas em mesquitas.
Algumas igrejas já viraram mesquitas. A pesquisa de opinião também revelou que
25% dos muçulmanos franceses disseram que rejeitam a palavra
"França".
Esses dados são melhor vistos
e compreendidos juntamente com outros fatos.
A França é um dos únicos
países do mundo ocidental, onde homens vêm sendo decapitados por muçulmanos
radicalizados. (O outro país é o Reino Unido, onde dois muçulmanos tentaram
decapitar o soldado britânico Lee Rigby em 2013.) Samuel Paty, um professor, foi
decapitado em 16 de outubro de 2020. Herve Cornara, um pequeno empresário, foi
decapitado em 26 de junho de 2015 em Romans-sur-Isère, uma pequena cidade no
sudeste da França. E o Padre Jacques Hamel teve a sua garganta cortada e na
sequência foi decapitado em 26 de julho de 2016 em Saint-Étienne-du-Rouvray, na
Normandia, enquanto celebrava uma missa numa igreja quase vazia.
A França também é o país
europeu com o maior número de "zonas proibidas". Lá se encontram pelo
menos 751 Zones Urbaines Sensibles ("zonas proibidas sensíveis"),
onde gangues muçulmanas e imãs radicais são os donos do pedaço. Os não muçulmanos
ainda podem morar ali, sob a condição de aceitarem o status de dhimmi
(tolerados como cidadãos de segunda categoria), baixar a cabeça e admitir que
se encontram em território governando pelo Islã. Os membros das gangues
muçulmanas não respeitam mais a polícia. Caso haja um incidente entre um
policial e um membro da gangue, logo começa o quebra-quebra e a polícia recebe
ordens de não prender ninguém se houver risco da situação descambar ainda mais.
A França é um país onde mais
de 70% dos presidiários são muçulmanos. Segundo boletins de ocorrência, o
índice de criminalidade entre a população muçulmana é muito alto.
Três décadas atrás, em
Seine-Saint-Denis, distrito francês nos subúrbios de Paris, havia uma grande
comunidade judaica. Após incessantes ameaças, praticamente toda a população
judaica do distrito, mudou para outras localidades. Os poucos judeus que ficaram
escondem que são judeus.
Por toda a França, os judeus
escondem o solidéu debaixo do chapéu. As judias escondem seus colares debaixo
das vestimentas. Muitas famílias judaicas não colocam mais mezuzás na entrada
de seus lares.
Por mais de 20 anos, têm sido
impossível falar sobre o Holocausto nas escolas francesas. Em 2004, quando
Georges Bensoussan publicou o livro Les Territoires Perdus de la Republique, no
qual condena a disseminação do antissemitismo muçulmano nos estabelecimentos de
ensino, os estudantes judeus já estavam sofrendo assédio e discriminação. Hoje,
a maioria das famílias judaicas na França, por precaução, abandonaram as
escolas públicas, optando por matricular seus filhos em escolas particulares.
Por anos a fio, quando um estudante judeu sofria bullying numa escola pública,
as autoridades não tomavam nenhuma medida disciplinar contra os perpetradores;
em vez disso, elas convidavam os pais do filho judeu a matriculá-lo em outra
escola.
Cristãos franceses são
insultados caso ostentem uma cruz na rua. A cada ano, dezenas de igrejas
francesas são profanadas e saqueadas.
Mais de 120 ataques com
facadas ocorrem todos os dias na França e podem acontecer a qualquer hora em
qualquer lugar. A maioria desses ataques são cometidos por muçulmanos, que na
sequência dizem à polícia que esfaquearam as vítimas porque odeiam os infiéis e
odeiam a França. Somente os ataques a facadas que acabam em morte aparecem nos
jornais, os demais ficam envoltos no silêncio. Nas principais cidades
francesas, agressões e espancamentos viraram lugares-comuns. Isso fora os mais
de 200 estupros diários que ocorrem na França, a maioria perpetrados por
muçulmanos que entraram no país ilegalmente. Apenas 7% dos imigrantes ilegais
intimados a deixarem a França foram deportados.
Houve poucos comentários sobre
a pesquisa de opinião do Le Journal du Dimanche.
Somente um líder político
francês, o ex-jornalista Éric Zemmour, ousou dizer que a situação é cada vez
mais alarmante e que um crescente perigo islâmico ameaça a França. Seus
comentários resultaram em inúmeras condenações com pesadas multas por "provocarem
discriminação e ódio em relação à comunidade muçulmana". Nas eleições
presidenciais de maio de 2022, ele recebeu só 7% dos votos, sua mensagem
aparentemente não foi amplamente ouvida ou não foi amplamente aceita.
A presidente do partido União
Nacional, Marine Le Pen, se limitou em condenar a presença na França de uma
"ideologia Islamista totalmente distinta do Islã" e ainda insiste em
dizer que apenas uma pequeníssima minoria de muçulmanos aderem a esta
ideologia. Ela acrescenta, talvez delirantemente, que o Islã é "totalmente
compatível" com as instituições francesas.
La France Insoumise ("a
França Não Submissa"), o principal partido político de esquerda na França,
é violentamente anti-Israel. Jean-Luc Mélenchon, seu líder chama o Hamas de
movimento de "resistência". Ele recebeu 21.9% dos votos em 2022,
destes 69% eram votos de muçulmanos.
Vários membros da Assembleia
Nacional da França condenaram o La France Insoumise e Mélenchon, mas somente
um, Meyer Habib, se manifestou abertamente sobre o antissemitismo da esquerda e
do antissemitismo muçulmano, bem como sobre as pesadas ameaças que pairam sobre
os judeus franceses e sobre a França propriamente dita. Por conta disso, ele e
seus familiares receberam centenas de ameaças de morte e já se encontram sob
proteção policial 24/7.
Em outubro de 2020 o
presidente francês Emmanuel Macron salientou que ele quer combater o que chamou
de "separatismo islâmico", mas ao que tudo indica, ele não quer
enxergar que os muçulmanos tentados pelo islamismo não querem se "separar"
do restante da população, mas conquistá-la e sujeitá-la à sua vontade. "O
Islã," acrescentou Macron está "em crise". Sua declaração
provocou veementes protestos de todas as organizações muçulmanas francesas além
de inúmeras demonstrações em diversos países do mundo muçulmano. Desde então,
ele evitou de vez falar sobre o Islã.
Aparentemente nenhuma organização islâmica convocou
alguém para se juntar à manifestação contra o antissemitismo que ocorreu em
Paris em novembro de 2023. A única reação do imã da Grande Mesquita de Paris,
Chems-Eddine Hafiz, ao massacre do Hamas do 7 de outubro foi a seguinte:
"com todas essas bombas, essas mortes e esta frustração gerada ali ao
longo dos anos, o que estamos criando? Ódio pelo outro", que não foi
exatamente uma fragorosa condenação ao massacre. Então ele prosseguiu acusando Israel de atacar a população civil de Gaza:
"o Islã condena totalmente o ataque contra civis em um conflito
armado."
As revistas muçulmanas
francesas na Internet foram ainda mais virulentas. Evidentemente se baseando na
propaganda do Hamas em sua publicação, eles acusam Israel
de cometer "genocídio" na Faixa de Gaza. Eles jamais dizem que o
Hamas usa árabes palestinos como escudos humanos ou que as Forças de Defesa de Israel
não medem esforços para evitar a morte de civis ao mesmo tempo arriscando e
muito suas próprias vidas.
Em seu livro The Coming Civil
War, publicado em 2016, o jornalista francês Ivan Rioufol, escreveu:
"a questão da presença
muçulmana na França tem que ser colocada sem conversa fiada... a escalada do
fervoroso Islã na França necessitará de decisões emergenciais. Se as decisões
não forem tomadas com extrema rapidez e se não cessar a virtual cegueira
voluntária generalizada dos líderes do país, o futuro da França será trágco e
violento."
A França é o país europeu com
o maior número de muçulmanos: cerca de 10% da população de 67,75 milhões. Por
volta de 2050, estima-se que o número saltará para 17%, de acordo com uma
análise do Pew Research Center.
Uma situação parecida com a da
França pode ser encontrada em outros países da Europa Ocidental, onde a
população muçulmana pode até ser menor, mas está escalando exponencialmente.
Melanie Phillips, jornalista
britânica, em seu livro Londonistan, publicado em 2006, observa a existência de
zonas em Londres controladas pela Sharia e que "60% dos muçulmanos
britânicos querem que a Sharia seja estabelecida na Grã-Bretanha". Em
2019, ela escreveu no Jewish Chronicle do Reino Unido: "um número
alarmante de muçulmanos britânicos aderem às visões extremistas ou
antissemitas".
Na Alemanha começaram a
aparecer zonas controladas pela Sharia. Elas também pipocaram na Bélgica,
Suécia e Holanda. A recente vitória de Geert Wilders nas eleições holandesas
poderá ser um sinal de um divisor de águas e um acordar na Europa. Ainda é cedo
demais para tais conclusões, já que estamos somente há quase três meses da
vitória, Wilders ainda não conseguiu formar o governo.
Em 2015, o escritor argelino
Boualem Sansal em sua obra 2084: The End of the World, narra um futuro
totalitário no qual extremistas muçulmanos estabelecem um califado opressor
onde a liberdade de pensamento e de ação é abolida. Quando o apresentador e jornalista
perguntou a ele como, em sua opinião, será a França em 2084, a resposta sem
pestanejar foi: a "França será islamista". e ainda ressaltou: "a
Europa também.
O ex-chefe da Agência de
Inteligência Interna da Alemanha, Órgão Federal para a Proteção da
Constituição, Hans-Georg Maaßen, enfatizou em uma recente entrevista que o
"europeus irão sucumbir ao Islã".
Se os europeus quiserem evitar
este futuro e manter a sua cultura, terão que começar a deixar isto
inequivocamente claro a todos, não só em palavras como também em ações. Caso
contrário, o que estamos testemunhando poderá muito bem ser o fim da civilização
europeia, tal qual nós conhecemos.
O Dr. Guy Millière, é professor da Universidade de Paris, autor de 27 livros sobre a França e a Europa. Gatestone Institute, 3-3-2024
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