Cristina Miranda
É muito fácil opinar sobre coisas que não nos atingem (por enquanto). Ter todos os nossos filhos calmamente a jantar conosco enquanto ouvimos o Jornal da Noite a relatar os horrores vividos numa noite de concerto da Ariana Grande em Manchester. Famílias destruídas em dor. Mães desesperadas sem saberem das filhas. Não custa nada.
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Foto: Andy Rain/EPA |
Principalmente se no dia
seguinte não temos de atravessar as “No Go Zones” (porque não as há ainda), nem
fazer um desvio para o trabalho porque certa zona está fechada por ameaça de
bomba ou ataque iminente de terrorismo. Nem ter de olhar para todos os lados
com medo. Não nos afeta nada porque por enquanto não há cá nada disso. Por
enquanto.
Por isso alguns “jornalixos”,
que trabalham na SIC podem dar-se ao luxo de fazer comentários medonhos, como
aquele que quase me provocava uma congestão assim que o ouvi. À questão de
Clara de Sousa, em que ela perguntava se na impossibilidade de termos um
policial por cada pessoa, teríamos de nos habituar aos atentados, responde
calmamente este ignóbil: sim, nós também já nos habituamos a viver com as
ameaças climáticas e com as catástrofes naturais.” Mas que raio de comentário é
este?
Eu sei que para este “jornalixo”, e outros como ele, os filhos dos outros são filhos de um Deus menor. Não dói. Logo, coração que não sente é porque, na ótica deles, a dor não existe. Ou se existe, é passageira. Porque só fala assim quem dentro de si não tem qualquer humanidade. Mas é gente assim que nos entra pela casa dentro a vomitar asneiras em horário nobre.
Gente inconsequente que não mede as palavras, que não sabe o que diz, ou simplesmente se está borrifando para o sentimento alheio. Mas, se em vez do relato sobre as jovens vítimas inocentes fosse sobre o seu filho?
Tenho a certeza absoluta que
só quando o sangue chegar cá, quando se implodirem no meio de nós, quando forem
os nossos entes a serem projetados em bocadinhos por todo um recinto, quando
também neles fizerem parte filhos de jornalistas, políticos, governantes,
quando não forem os outros, mas sim, os nossos, tudo muda.
Os discursos alarves serão
substituídos rapidamente por revolta e sede de mudança. Porque, infelizmente
para muitos, só na carne a sofrer a perda, saberão por que tanta gente clama
por proteção. Porque é fundamental tomar medidas urgentes contra este mal que
tomou conta de nossas vidas. Até lá “keep calm”, que é só um atentado.
Quando se é jornalista, a responsabilidade
é muito maior. Já nos basta os políticos a esconder de nós tudo o que podem,
para não perderem votos devido às políticas ruinosas de gestão dos dossiês
sobre refugiados e terrorismo. Por isso, no mínimo, a comunicação social deveria,
de forma isenta e independente, fazer um serviço público de qualidade
informativa, não para proteger o sistema, mas para defender os cidadãos.
Ao optarem descaradamente pela
primeira, vendendo-se à classe que nos manipula a vida, expondo-nos irresponsavelmente
aos perigos e ao medo, enquanto se escondem nas “fortalezas” deles, estão
simultaneamente a manchar as mãos de sangue de todas as vítimas que sucumbiram
às mãos deste produto do islão: o extremismo islâmico.
Os “bois” têm nome [islão,
terroristas, radicais, Daesh, extremismo islâmico] é preciso dizê-lo e
escrevê-lo sem medo. Por que é reconhecendo o inimigo que se pode combatê-lo.
Porque um dia virá em que serão os seus filhos.
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